Número de biópsias cresce 25% em cinco anos na rede pública de saúde do RS

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Dados da Secretaria Estadual da Saúde (SES) apontam uma alta de 26,5% no número de biópsias na rede pública entre 2019 e o ano passado, subindo de 48.930 para 61.939 procedimentos. Trata-se da retirada de fragmento de tecido ou órgão para exame laboratorial, seguido por análise médica sobre a possibilidade de doença como câncer.

Quando o resultado é positivo (um tumor maligno ou benigno, por exemplo), o procedimento também ajuda a definir as estratégias mais adequadas de tratamento. De acordo com o cirurgião João Pedro Sanvitto, da empresa porto-alegrense Oncoclínicas, a biópsia é considerada uma referência fundamental na maioria dos casos.

Ainda de acordo com a estatística da SES, houve uma redução durante o período da pandemia, caindo de 48.930 (2019) para 40.297 (2020). No entanto, no ano seguinte, passou para 50.249 (2021) até chegar a um total de 61.939 em 2023. Sanvitto avalia: “A expansão se deve principalmente à atuação de entes públicos e privados para maior oferta de exames à população”.

As análises mais frequentes em 2023 foram as de tireoide, pele, medula óssea, próstata e nódulo de mama. Esses dois últimos predominam, respectivamente, entre os pacientes masculinos e os femininos: entre 2020 e 2023 foram 24.766 biópsias mamárias e 14.257 prostáticas no Estado.

Além dos casos de suspeita de câncer, o especialista afirma que a biópsia pode ser utilizada para a avaliação do tamanho e do estado das células de um determinado órgão em uma série de outras enfermidades que estejam sendo investigadas: “É importante revelar o tipo de célula que está acometida por doença ou não. A partir dessa identificação é possível, por exemplo, diagnosticar doenças autoimunes, musculares e de pele”.

Diferentes métodos

Aos leigos, João Pedro Sanvitto ressalta que existem diferentes formas de realização de uma biópsia. E nem sempre há necessidade de internação do paciente: dependendo da situação, o procedimento se dá em regime ambulatorial.

O procedimento pode ser realizado por meio de endoscopia, colonoscopia ou fibrobroncoscopia, conforme o órgão interno a ser investigado. Também é feita punção para coleta de amostras de tecido, ou através de cirurgia – incisional (quando há a retirada de apenas parte da lesão) ou excisional (remoção total).

A palavra “biópsia” foi criada pelo médico francês Ernest Henri Besnie (1831-1909), que atuava em áreas como a dermatologia. É resultado da união de dois termos gregos: “bios” (vida) e “opsis” (visão, aparência).

(Marcello Campos)

Fonte: O Sul

Foto: Arquivo/Ministério da Saúde

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