Um aumento nas hospitalizações por causas respiratórias

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Um aumento nas hospitalizações por causas respiratórias, que deve seguir devido à chegada do frio no Rio Grande do Sul, tem sido registrado no estado de acordo com o Boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que traz alerta sobre o vírus influenza A. O causador da gripe se tornou a principal causa de mortalidade por Síndrome Respiratória Aguda Grave em idosos e uma das três principais entre as crianças. Porto Alegre segue em nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco. Com o aumento de casos, aumenta também a atenção aos sintomas e em como agir diante dessa manifestação.

João Marcelo Lopes Fonseca, médico e assessor técnico da diretoria geral da Secretaria Municipal de Saúde, explica que a Síndrome Respiratória Aguda Grave é um quadro composto por inflamação das vias respiratórias. “Geralmente com manifestação radiológica ou tomográfica, onde tem um segmento, uma parte maior ou menor do pulmão acometida e que se caracteriza por sintomas respiratórios, como tosse, falta de ar”, pontua.

Apesar dos sintomas se assemelharem, a gripe, a influenza e a Covid-19 são diferentes. “São vários agentes que podem causar síndrome respiratória aguda grave, e justamente por isso se dá um nome genérico, que são os mesmos padrões de sintomas que podem ter origem em em secções diferentes”, acrescenta, lembrando que alguns casos podem ser mais leves do que outros, e vai depender da condição clínica do paciente, da idade e da presença ou não de outras doenças, principalmente em idosos e adultos.

O que fazer diante de sintomas?

Fonseca afirma que a recomendação em casos de sintomas respiratórios é prestar atenção nas manifestações e, preferencialmente, procurar uma unidade básica de saúde.

“Nos quadros em pediatria, a criança, às vezes, fica bastante prostrada nessa manifestação inicial. A febre é um bom exemplo, em geral repercute bastante, fica muito evidente. Embora isso assuste a família a procurar um atendimento, muitas vezes esses casos podem ser adequadamente manejados na unidade básica, no sentido em que vai ser recebido pela equipe de saúde que vai atender, medicar, examinar a criança e dar o melhor encaminhamento”, explica.

Já para os adultos, a recomendação é a mesma, e a maioria dos casos mais graves já envolvem outras condições crônicas. “O paciente já trata a sua hipertensão, já trata o diabete, já pode ser tabagista ou ter parado de fumar, por exemplo, e já tem um acompanhamento na unidade básica”, exemplifica o doutor. “Até na hora de decidir a prescrição de um antibiótico, levar em conta qual é a ausculta ou exame físico normal daquele paciente, pode ter mais vantagem em procurar a unidade básica do que ir direto a uma emergência”, acrescenta.

Ele lembra que, em geral, os quadros respiratórios não precisam de exames complementares. “Se precisarem, tanto de laboratório quanto raio-x, existe essa possibilidade da unidade básica solicitar e ser feito. Mas isso é uma exceção, a maior parte não precisa. Tem que olhar o ouvido, escutar o pulmão da criança, ver se está com algum sinal de complexidade”, diz.

“Pode acontecer que surja um quadro desses no meio da madrugada ou no final de semana, e a unidade básica mais próxima não está aberta. Nesse caso, é necessário levar ao pronto atendimento”, afirma o doutor. Ele reforça, porém, que não deve ser a porta preferencial, já que, atualmente, as emergências estão com cenário de sobrecarga por conta da superlotação. “Casos que são um pouco mais leves, às vezes vão levar algumas horas depois da da classificação do primeiro acolhimento, esperando atendimento”, lembra Fonseca.

Os casos respiratórios podem envolver pacientes também sem comorbidade, apesar de ser mais raro, afirma o doutor. “Geralmente, quem não tem nenhuma comorbidade, está relativamente estável de saúde, pode, claro, ter um quadro mais grave, mas na maioria das vezes tem quadros mais simples, com menos sintomas”, explica.

“Já o paciente que tem comorbidade, posso falar do que é diabético, tabagista ou foi por muitos anos, por exemplo, basta uma uma um quadro respiratório, e não é que seja simples, mas ele é somado às outras doenças que o paciente já tem e deixam ele com sintomas mais severos”, complementa.

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