Transcorridos mais de três meses desde o início das enchentes no Rio Grande do Sul, 2.320 escolas estaduais já retomaram suas aulas de forma presencial desde o início de agosto, o que representa mais de 99% das 2.342 instituições de ensino da rede. Outras 18 permanecem fechadas, porém com atividades letivas à distância – a estimativa é de que 16 dessas voltem a receber alunos até a próxima segunda-feira (12).
A estatística das Secretarias Estaduais da Educação (Seduc) e de Obras Públicas (SOP). Somente os colégios São Caetano (Porto Alegre) e Tereza Francescutti (Canoas, na Região Metropolitana da Capital) ainda não têm previsão de retorno. Isso porque necessitam de reformas mais complexas.
Ao todo, 1.103 unidades foram afetadas pela maior catástrofe já ocorrida em solo gaúcho – 179 já passaram por reparos (129 em Porto Alegre, 26 em Pelotas e 24 no Vale do Taquari). Na maioria dos casos, os serviços são contratados de forma simplificada, procedimento pelo qual empresas pré-selecionadas ficam à disposição para efetuar as obras.
Para garantir a reabertura (que contempla cerca de 735 mil estudantes em todo o Estado), o governo do Estado investiu mais R$ 129 milhões desde o começo da crise meteorológica. Os valores foram aplicados em reposição de mobiliário, parcelas extras de autonomia financeira, repasses para merenda, equipamentos e obras nas 606 escolas que registraram danos de infraestrutura.
A titular da Seduc, Raquel Teixeira, destaca a criação de um sistema de acompanhamento em tempo real para monitorar a situação das instituições atingidas. Ela comenta os esforços para evitar a paralisação total:
“A educação é um processo coletivo. Para que o aluno aprenda, é preciso ter orçamento, escola confortável, segura, com professores e funcionários. Nunca paramos a parte pedagógica, de apoio e atendimento. O retorno foi gradual porque queríamos que a volta presencial estivesse estruturada no bem estar da comunidade escolar”.
Sua colega da SOP, Izabel Matte, chama a atenção para o processo coletivo: “O trabalho tem sido realizado em conjunto pelas Secretarias, agindo de forma rápida para resolver problemas de modo efetivo. Acionamos as Coordenadorias Regionais de Obras para vistorias e realizamos uma série de processos para que as escolas tivessem todas as condições de retorno”.
Recursos
Em relação aos recursos destinados a compra de mobiliário, mais de 27 mil itens foram adquiridos, incluindo 21 mil conjuntos para alunos, 1,7 mil kits para professores e 314 mesas de refeitório. Além disso, mais de 150 escolas necessitaram de reposição de equipamentos de cozinha.
Os repasses começaram em maio, e parte das verbas de autonomia financeira também está sendo utilizada para reparos e obras menos complexas. Cada escola recebeu uma parcela extra de R$ 20 mil, R$ 40 mil ou R$ 80 mil, dependendo dos danos ocorridos na infraestrutura.
Além do acolhimento para alunos e profissionais, os estudantes estão participando de atividades de recomposição de aprendizagem. As escolas contam com atendimento pedagógico e com o programa Estudos de Aprendizagem Contínua, que será fortalecido nas regiões mais afetadas.