O que há de mais avançado em agricultura sustentável nos EUA para o Rio Grande do Sul

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No terceiro de quatro dias de missão oficial ao Estado norte-americano de Nebraska, uma comtiva gaúcha liderada pelo vice-governador Gabriel Souza conheceu de perto o que há de mais avançado em pesquisa e inovação para a agricultura sustentável. O grupo conferiu na cidade de Ithaca um centro universitário com instalações voltadas ao desenvolvimento de soluções para o setor.

A visita se concentrou em uma área superior a 3,6 mil hectares e que reúne diferentes modelos de produção em terrenos de pastagem, cultivo irrigado e espaços experimentais de pesquisa. A estrutura abriga cerca de 10 mil animais e dezenas de projetos científicos aplicados ao agronegócio.

Recepcionados pelo diretor da instituição, Doug Zalesky, os gaúchos conheceram um sistema experimental de criação de gado sob confinado, com cerca de 240 bovinos sob monitoramento por sistemas automatizados. Os animais possuem etiqueta eletrônica que mede a quantidade de alimento ingerido, permitindo o acompanhamento individual da saúde e desempenho.

A turma também foi apresentada a uma sala de manejo e treinamento de gado. No local são realizados treinamentos práticos, em parceria com o setor privado e cujos objetivos incluem o bem-estar animal e a segurança no trabalho rural.

Em seguida, foi a vez de acompanhar os detalhes de um projeto de pesquisa sobre o chamado “sequestro de carbono”, que analisa como diferentes práticas agrícolas podem contribuir para o combate a mudanças climáticas. Os estudos utilizam sensores que captam dados em tempo real sobre vento, temperatura, umidade e emissões de gases poluentes, para que sirvam de subsídios a políticas e estratégias de sustentabilidade.

Ao final, a comitiva conheceu a Spidercam Platform, estrutura de sensoriamento remoto e fenotipagem vegetal suspensa por cabos e controlada por fibra óptica. O equipamento percorre as lavouras com câmeras multiespectrais e térmicas, registrando imagens e dados com precisão milimétrica. Primeiro do tipo em operação nos Estados Unidos, o sistema é capaz de cruzar informações de campo com imagens de satélite, ampliando o alcance e aplicabilidade das pesquisas agrícolas.

Conforme o vice-governador gaúcho, as tecnologias vistas no Nebraska mostram como ciência e agricultura podem caminhar juntas para ampliar a eficiência produtiva e preservar os recursos naturais. Ele também ressaltou o potencial de impacto direto da inovação na produtividade das lavouras:

“Esses dados permitem definir com precisão o quanto de água deve ser aplicada em cada lavoura, otimizando o uso dos recursos hídricos e evitando perdas. É por meio de tecnologias como essa que o milho aqui atinge produtividades médias de 12 toneladas por hectare”.

O secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Edivilson Brum, destacou que estão conhecendo “diversos sistemas e tecnologias que podem ajudar no desenvolvimento da produtividade gaúcha. O Rio Grande do Sul já possui pesquisas para análise de sequestro de carbono nas principais culturas, por meio de ações do Plano ABC+ RS, mas ainda há espaço para aprimoramento das ferramentas, principalmente conhecendo experiências como estas”.

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