A insuficiência cardíaca crônica atinge cerca de 64 milhões de pessoas no mundo, segundo estimativas da OMS (Organização Mundial da Saúde). A doença é uma das maiores causas de internação no Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde. A incidência é maior entre adultos com mais de 45 anos, mas o problema também afeta pacientes mais jovens.
A doença faz com que o coração não seja mais capaz de bombear sangue suficiente para suprir as necessidades orgânicas e provoca diversos sintomas, explica a cardiologista brasileira Lídia Moura, da Sociedade Brasileira de Cardiologia. O primeiro deles é a falta de ar, que chega ao ponto de o paciente, por exemplo, não conseguir mais ficar deitado.
Sintomas
A doença pode se desenvolver gradualmente e os sinais variam de pessoa para pessoa. Aqui estão alguns dos sintomas mais comuns da insuficiência cardíaca:
– falta de ar: pode ocorrer durante a atividade física, ao deitar-se ou mesmo em repouso;
– fadiga: sensação de cansaço e falta de energia;
– inchaço (edema): pode afetar os tornozelos, pernas, abdômen e, em casos mais graves, os pulmões, causando
– dificuldade respiratória;
– ganho de peso inexplicado: reação ocasionada devido à retenção de líquido;
– tosse persistente: ocorre quando o acúmulo de líquido nos pulmões causa irritação nas vias aéreas;
– batimentos cardíacos irregulares: arritmias cardíacas, como a fibrilação atrial, são mais comuns e podem causar palpitações e tonturas;
– dificuldade de concentração: a insuficiência cardíaca pode reduzir o fluxo sanguíneo para o cérebro, causando confusão mental.
Existem três tipos insuficiência cardíaca:
– insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida: quando o coração perde força para se contrair, indicando no ecocardiograma (exame do coração) uma fração de ejeção (bombeamento do sangue) menor que 40%
– insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada: quando o relaxamento de alguns músculos do coração não está funcionando bem, mas o bombeamento do sangue no ecocardiograma tem valor acima de 50%
– insuficiência cardíaca com fração levemente reduzida: quando o ecocardiograma mostra que o bombeamento do sangue está na faixa de 40 a 50%
As porcentagens indicam a quantidade de sangue que o coração bombeia a cada batimento. A fração de ejeção é um indicador importante para avaliar a eficiência do funcionamento do coração.
Avaliação de rotina
O cardiologista e ecocardiografista do Hospital Estrela, da Rede de Saúde da Divina Providência, Stefano Boemler Busato, alerta a população sobre a importância da realização de uma avaliação cardiológica de rotina, até mesmo em pacientes assintomáticos. “E esse cuidado com um cardiologista é fundamental para a sua saúde. E envolve oito princípios”, explica o médico.
Oito princípios para a prevenção de doenças cardiovasculares:
– controle da pressão arterial;
– controle do colesterol;
– controle do açúcar, ou seja, do diabetes ou do pré-diabetes;
– controle do tabagismo;
– controle do consumo de álcool;
– controle do sedentarismo com a prática de, pelo menos, 150 minutos de atividade física na semana;
– controle do peso, manter um peso adequado;
– realização de exames cardiológicos periódicos, como o eletrocardiograma de repouso, teste ergométrico (teste da esteira) e o ecocardiograma transtorácico, claro que individualizados para cada caso.
Para Busato, é muito importante a realização de uma avaliação com o cardiologista. “Existem, hoje, diversos exames e ferramentas diagnósticas, que permitem a detecção precoce de doenças até mesmo em pacientes sem sintomas. E assim, conseguimos realizar um tratamento adequado e precoce. Atualmente, a cardiologia evoluiu muito e nós conseguimos oferecer um tratamento muito avançado, diferente do passado”, justifica o profissional. As informações são do G1 e dos sites do Hospital Albert Einsten e da Rede de Saúde da Divina Providência.