Gelo na asa pode ter causado acidente fatal em Vinhedo (SP)

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Especialistas acreditam que uma falha no sistema de proteção contra gelo nas asas do avião pode ter sido a principal causa do acidente que matou 61 pessoas em Vinhedo, no interior de São Paulo, nesta sexta-feira (9). A presença de gelo nas asas pode comprometer a estabilidade da aeronave e dificultar manobras, o que torna os sistemas de degelo essenciais na maioria dos aviões comerciais.

O modelo envolvido no acidente, um ATR-72 fabricado por uma empresa francesa, possui um sistema de degelo relativamente básico, composto por uma camada de borracha que se infla para remover o gelo da superfície. Em comparação, muitos outros modelos têm sistemas mais avançados.

Esse tipo de problema não é inédito: em 2009, o congelamento de tubos que medem a velocidade contribuiu para a queda de um Airbus da Air France no oceano, durante um voo entre o Rio de Janeiro e Paris. No momento do acidente em Vinhedo, as condições climáticas na região eram adversas, o que reforça a possibilidade de falha no sistema de degelo do avião, que vinha do Paraná.

Relatos de pilotos que passaram pela área indicam que o manual do ATR-72 recomenda que, em condições severas de gelo, o piloto deve evitar essas situações sempre que possível, evidenciando a dificuldade da aeronave em lidar com tais condições.

O último acidente registrado com um ATR-72 ocorreu em janeiro de 2023 no Nepal, onde 72 pessoas perderam a vida devido a erros dos pilotos. Embora as suspeitas sobre a falha no sistema de degelo sejam fortes, a investigação continuará abrangendo todas as possíveis causas. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira, será responsável pela apuração do caso.

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