Falta de oncologista pediátrico causa transtorno a pacientes do Hospital Geral, de Caxias do Sul

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Crianças e adolescentes precisam ir a Porto Alegre para tratamento de câncer. HG afirma que dois novos profissionais devem assumir cargo em novembro

falta de médico oncologista para atendimento pediátrico no Hospital Geral, em Caxias do Sul, impacta o tratamento de um grupo de pacientes da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon). Desde a saída da médica responsável, dezenas de crianças precisam viajar da Serra a Porto Alegre para serem atendidos. 

De acordo com Cila Ravadeli, o acompanhamento da doença do filho de 18 anos ocorria em Caxias do Sul e Porto Alegre. Aos 16, Nathan Ravadeli Leite foi diagnosticado com um tumor no Sistema Nervoso Central (SNC), passou por cirurgias e há seis meses fez um transplante de medula óssea, procedimento que ocorreu na Capital. 

— Liguei para o Hospital Geral no dia 24 de agosto para marcar a consulta e disseram que não teria atendimento na oncopediatria. Somos de Veranópolis e lá a nossa referência é Caxias. Meu filho precisa ir para Porto Alegre fazer as manutenções do transplante, consultas e exames. Tem crianças que precisam de transplante, mas precisam passar pela quimioterapia e o tratamento está demorando por não ter oncologia pediátrica no HG — conta Cila. 

transferência das crianças para que sejam atendidas em Porto Alegre tem causado um transtorno ainda maior na família, que acompanha o tratamento do adolescente há cerca de dois anos e meio. 

— Como pode uma criança fazer quimioterapia e ter que pegar estrada de Porto Alegre a Serra? As crianças ficam com plaquetas baixas, tem náuseas e algumas até sangramentos, tudo isso é risco que se corre depois da quimioterapia. Tem vezes que temos que ir e voltar várias vezes na semana porque não conseguimos um leito. O HG nos diz para termos paciência, mas não tem como ter paciência, os tratamentos não podem parar. É falta de respeito com pais e crianças que passam por esse tratamento dolorido. As crianças correm risco de entrar em óbito na estrada por causa dessa situação — lamenta a mãe. 

Situação semelhante é vivenciada por Daniela Miglioretto Bolzan, mãe de Felipe Bolzan, 8 anos. A família mora em Nova Prata e o percurso até Caxias, que durava cerca de duas horas, dobrou para chegar até a Capital

— Para Caxias, que são duas horas, meu filho passa mal e não se alimenta, é muito angustiante a viagem. Imagina precisarmos fazer esse mesmo tratamento em Porto Alegre, que são em média quatro horas de viagem? Hoje o Hospital Geral atende 49 municípios da Serra, imagina todos terem que se deslocar a Porto Alegre para tratamento? Além da distância, tem a dificuldade de conseguir vagas em um centro de saúde maior — diz Daniela. 

Felipe foi diagnosticado em julho do ano passado com Leucemia Linfoide Aguda (LLA), tipo de câncer mais frequente na infância. Segundo Daniela, o menino precisa seguir com o tratamento em Caxias até que haja um transplante de medula óssea. Caso Felipe fique sem a quimioterapia o câncer progride novamente

Com o objetivo de reforçar o pedido pelo retorno do atendimento com médico oncologista no HG, um grupo de mães de pacientes da ala pediátrica marcou um protesto para o próximo sábado (28), a partir das 13h30min, em frente à Unacon. 

O que diz o HG

À reportagem, a assessoria de comunicação do Hospital Geral informou que a contratação de dois médicos oncologistas pediátricos está em andamento e ambos devem assumir o cargo a partir do início de novembro. O período vivenciado pelas famílias que precisam ir até Porto Alegre, conforme o HG, ocorreu devido à dificuldade de encontrar médicos desta especialidade. 

Ainda conforme a assessoria, durante o período de buscas pelos novos profissionais, médicos de outras especialidades prestaram atendimento aos pacientes da oncologia, que não ficaram desatendidos

O HG reforça que, a partir da chegada dos dois novos profissionais, a ala da oncologia pediátrica estará operando totalmente. O hospital não informou o dia exato em que os dois médicos passam a atuar no local. Os novos profissionais são de outras cidades do Rio Grande do Sul. 

Fonte: Pioneiro

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