O cometa C/2022 E3, ou cometa verde, como também é conhecido, que passa pela órbita terrestre a cada 50 mil anos, poderá ser visto do Rio Grande do Sul, com equipamentos de observação, no final desta semana. O Observatório Nacional (ON) fará uma transmissão ao vivo do cometa no próximo sábado (11) às 19h, pelo YouTube. A ação faz parte do projeto O céu em sua casa: observação remota, promovido pelo ON em parceria com astrônomos.
Desde o dia 1º de fevereiro o cometa passou a ser visível do Hemisfério Sul e, consequentemente, do Brasil. O astrônomo fundador do Observatório Astronômico Rei do Universo (Oaru), em Manaus, Geovandro Nobre conseguiu fotografar o C/2022 E3 no último sábado (4). Segundo ele, o cometa pode ser melhor visualizado de algumas cidades do que de outras.
— Devido a latitude de uma determinada cidade, ele pode estar muito baixo no horizonte para ser observado. Aqui em Manaus, estamos a apenas 3° ao sul do Equador e por isso o cometa está visível desde sábado. Mas como Porto Alegre, por exemplo, está em uma latitude de 30° ao Sul, o cometa ainda está muito baixo para ser visível — explica.
Nobre calcula que nesta terça-feira (7), em Manaus, o cometa esteja a uma altura de cerca de 50° em relação ao horizonte Norte, significando que na Capital dos gaúchos, o cometa esteja a 20°, o que ainda é considerado baixo para ser visto.
— A partir de sexta-feira (10), ele vai estar a uma altura de 60° em Manaus e 30° em Porto Alegre, permitindo a visualização. Porém ele não está mais visível a olho nu, sendo necessário o uso de binóculos ou telescópios para vê-lo — acrescenta.
O vídeo feito por Nobre é a junção de 50 fotos, com intervalo de 15 segundos entre cada uma. O vídeo representa um movimento de 37 minutos. Ele afirma que, no sábado, o cometa ficou visível por mais de uma hora. Mas, nos próximos dias, aqui no Rio Grande do Sul, o fenômeno poderá ser acompanhado por até uma hora após o pôr-do-sol.
— As câmeras com zoom não vão ajudar muito, pois não têm muita sensibilidade. O cometa é bem escuro e por isso é necessário fotografar com longa exposição. Registrar em vídeo é praticamente impossível — lamenta o astrônomo.